Culturgest

José Loureiro

22 Oct 2011 - 22 Jan 2012

José Loureiro
Sem título, 1991
JOSÉ LOUREIRO
As Piores Flores - Desenho 1990-1996
Curadoria Miguel Wandschneider
de 22 de outubro a 22 de janeiro de 2012

Sob um título enigmático, que evoca (de forma nada inocente) o título do célebre livro de poemas de Baudelaire, As Flores do Mal, esta exposição congrega cerca de 300 desenhos, escolhidos de um total de mais de 1500, que José Loureiro (Mangualde, 1961) realizou entre 1990 e 1996. Quase todos estes desenhos ficaram arredados do olhar do público, guardados nas gavetas do atelier do artista – vários guaches com “bocas” de 1990 e alguns guaches com “bolas” de 1996 são as excepções. E no entanto, são tudo menos obras menores; pelo contrário, estamos diante de um corpo de trabalho fundamental na prática do artista nesses anos, e determinante, além do mais, para poder compreender (finalmente) a pesquisa que o levou do campo da figuração para o campo da abstracção, onde o seu trabalho se tem inscrito desde meados da década de 1990. Os desenhos impressionam pelo modo como resistiram incólumes à passagem do tempo, como ganharam mesmo importância com a passagem dos anos; e surpreendem pela enorme diversidade de temas e motivos, de técnicas e de registos estilísticos a que o artista recorre, numa pesquisa obsessiva e solitária. A exposição está organizada segundo um clarificador critério cronológico. Assim, à medida que avançamos, que passamos de uma sala para a seguinte, de uma série de desenhos para outra, vamos seguindo a par e passo os caminhos por ele outrora explorados.
This exhibition’s enigmatic title is a (far from innocent) evocation of the title of Baudelaire’s famous book of poetry, Les Fleurs du Mal. The exhibition brings together roughly 300 drawings, chosen from a total of more than 1500, which José Loureiro (Mangualde, 1961) made between 1990 and 1996. Almost all of these drawings have been kept well away from the public gaze in drawers at the artist’s studio, the exceptions being various gouaches with “mouths” from 1990 and a few gouaches with “balls” from 1996. And yet they are all far from being minor works; on the contrary, we are faced with a body of work that was fundamental in the artist’s practice during these years, and is crucial for our (finally) being able to understand the research that led him from the field of figuration to the field of abstraction, around which his work has been centred since the mid-1990s. The drawings have withstood the passage of time and have even gained in importance since then. What is most impressive is the way the artist explores an enormous range of themes and motifs, stylistic registers and techniques, through his obsessive and solitary research. The exhibition is organised according to a chronological and clarifying criterion. Thus, as we move forward from one room to the next, from one series of drawings to another, we are equally following the paths previously explored by him.
 

Tags: José Loureiro